O ninho, muito bem construído e excepcionalmente dissimulado, bem no interior da ramagem da videira, está ao nível da visão de um ser humano e é de fácil acesso e, para captar na máquina as suas imagens, só o reflexo do Sol, o calor e umas arreliadoras moscas incomodaram o meu trabalho.
Na hora, a mãe melra estava no seu posto e, porque pensávamos ali encontrar ovos, tentamos abusivamente que nos deixasse fotografá-los. Ela, corajosamente aguentou o abanar da estrutura do seu lar e só depois de ter a máquina muitíssimo perto, sentiu a sua integridade física ameaçada e saiu. Foi então a grande surpresa: Três pequeninos e frágeis melros filhotes, nascidos um/dois dias antes, remexiam-se incomodados no fundo do ninho e eu não demorei muito a importuná-los. Meia dúzia de cliques e logo voltei costas para que a mãe regressasse e os acarinhasse.
Vivi ali um encanto lindo, graças ao Tio Zé que achou e me indicou o ninho e registei em fotos e filme as ternas imagens que aqui apresento em fotos e em vídeo/clip. Na derradeira foto vemos o dedicado Tio Zé compondo as ramagens da videira para que o ninho continue bem dissimulado.
Mas, deixem que vos diga, a linda história vai acabar mal... Porquê? Um astuto gato preto caçador que por ali reina – Tio Zé diz que não lhe leva comida e ele sempre por ali se mantém... - certamente vai localizar o “petisco” e, era uma vez três melrinhos... Não chegarão a adultos, quero crer. Tio Zé, com o humor que sempre o caracteriza, acha que ele só espera que os passarinhos engordem mais um pouco...